Não, não é
louco. O espírito somente
É que
quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor
que vós, pensa mais livre,
Aproxima-se
mais à essência etérea.
Achou pequeno
o cérebro que o tinha:
Suas idéias
não cabiam nele;
Seu corpo é
que lutou contra sua alma,
E nessa luta
foi vencido aquele,
Foi uma
repulsão de dois contrários:
Foi um duelo,
na verdade, insano:
Foi um choque
de agentes poderosos:
Foi o divino
a combater com o humano.
Agora está
mais livre. Algum atilho
Soltou-se-lhe
o nó da inteligência;
Quebrou-se o
anel dessa prisão de carne,
Entrou agora
em sua própria essência.
Agora é mais
espírito que corpo:
Agora é mais
um ente lá de cima;
É mais, é
mais que um homem vão de barro:
É um anjo de
Deus, que Deus anima.
Agora, sim -
o espírito mais livre
Pode subir às
regiões supernas:
Pode, ao
descer, anunciar aos homens
As palavras
de Deus, também eternas.
E vós, almas
terrenas, que a matéria
Os sufocou ou
reduziu a pouco,
Não lhe
entendeis, por isso, as frases santas.
E zombando o
chamais, portanto: - um louco!
Não, não é
louco. O espírito somente
É que
quebrou-lhe um elo da matéria.
Pensa melhor
que vós, pensa mais livre.
Aproxima-se
mais à essência etérea.
Junqueira
Freire
Nenhum comentário:
Postar um comentário